Chants

Acotirene, não vai embora

Acotirene, não vai embora

Acotirene, não vai pra mata

 

Da sua vida, se sabe quase nada

Mas seu nome ficou na Memória

Mulher forte, inteligente e acolhedora

Do Mucambo foi a matriarca

 

Acolhia todos sem fazer pergunta

Disponível, ajudava e aconselhava

Foi uma chefe de quem se gostava

No Quilombo (dos Palmares) era referência

 

Ficou no comando até velha

Até chegar um tal de Ganga Zumba

Para esse homem jovem, cedeu a liderança

E para não deixá-lo na sua sombra

Foi embora pra mata

 

Não sei por que os detalhes da sua vida

Não passaram para a história

Mas do seu nome até hoje se lembra

E isso prova que foi uma mulher extraordinária

 

Aonde você for hoje, tenho certeza

Que ainda tem esse cuidado com quem te procura

Modelo, inspiradora, guia até agora

Para a mulher que está na luta

 

Sem saber como você se parecia

Hoje demos ao seu rosto uma forma imaginária

Acotirene, por isso, te peço licença

Acotirene, por favor, continua sendo a nossa guia

 

Acotirene, ne part pas

Acotirene, ne va pas dans la forêt

 

De ta vie, on ne sait presque rien

Mais ton nom est resté dans les mémoires

Femme forte, intelligente et accueillante

Tu as été la matriache du Mucambo

 

Tu acueillais tout le monde sans poser de question

Disponible, tu aidais et conseillais

Tu fus une cheffe appréciée

Dans le Quilombo (dos Palmares), tu fus une référence

 

Tu es restée aux commandes jusqu’à un âge avancé

Jusqu’à l’arrivée d’un certain Ganga Zumba

À cet homme jeune, tu as cédé le commandement

Et pour ne pas qu’il reste dans ton ombre

Tu es partie dans la forêt

 

J’ignore pourquoi les détails de ta vie

Ne sont pas restés dans l’Histoire

Mais on se souvient de ton nom jusqu’à aujourd’hui

Et cela prouve que tu fus une femme extraordinaire

 

Où que tu sois aujourd’hui, je suis sûre

Que tu prends toujours soin de qui te cherche

Modèle, inspiratrice, guide jusqu’à ce jour

Pour la femme qui se bat

 

Sans savoir à quoi tu ressemblais

Nous avons donné aujourd’hui une forme imaginaire à ton visage

Acotirene, pour ça, je te demande pardon

Acotirene, s’il te plaît, continue d’être notre guide.

 

A cobra mordeu Caiçara

A cobra mordeu Caíçara

Tim, tim, tim, tim, tim, tim, tim

A cobra mordeu Caíçara

Tim, tim, tim, tim, tim, tim, tim

 

 

Le serpent a mordu Caíçara

Tim, tim, tim, tim, tim, tim, tim

Le serpent a mordu Caíçara

Tim, tim, tim, tim, tim, tim, tim

 

A marê ta cheia

A maré ta cheia

 

A maré ta cheia, ioio

A maré ta cheia, iaiá

 

A maré ta cheia, ioio

A maré ta cheia, iaiá

 

A maré subiu

 

Sobe a maré

 

A maré desceu

 

Desce a maré

 

Olha o peixe pulou na maré

Olha o peixe pulou na maré

 

Olha o peixe pulou na maré

Olha o peixe pulou na maré

C’est marée haute

 

C’est marée haute, monsieur

C’est marée haute, madame

 

C’est marée haute, monsieur

C’est marée haute, madame

 

La marée est montée

 

La marée monte

 

La marée est descendue

 

La marée descend

 

Regarde, le poisson a sauté dans la marée

Regarde, le poisson a sauté dans la marée

 

Regarde, le poisson a sauté dans la marée

Regarde, le poisson a sauté dans la marée

 

Amanhã é dia santo

Amanhã é dia santo

Um, dois, três

Dia de corpo de Deus

Três, três, seis

Quem tem roupa vai na missa

Seis, três, nove

Quem não tem faz como eu

Nove, três, doze

Um, dois, três

Três e três: seis

Seis e três: nove

Nove e três: doze

Um, dois, três

Três e três: seis

Seis e três: nove

Nove e três: doze

 

Demain est um jour saint

Un, deux, trois

Le jour du corps de Dieu

Trois, trois, six

Qui a um vêtement va à la messe

Six, trois, neuf

Qui n’em a pas fait comme moi

Neuf, trois, douze

Un, deux, trois

Trois et trois: six

Six et trois: neuf

Neuf et trois: douze

Un, deux, trois

Trois et trois: six

Six et trois: neuf

Neuf et trois: douze

 

 

Balança mas não cai

Aê Capoeira

Aê Capoeira

Tu mexes com meu coração

Veja só que coisa boa

Capoeira mandingueira

Quando se leva rasteira

Escorrega, mas não cai

Capoeira mandingueira

Escorrega, balança mas não cai

Capoeira escorrega, mas não cai

Balança, balança mas não cai

Capoeira lutou no Paraguai

Balança, balança mas não cai

Ela desce, escorrega, mas não cai

Balança, balança mas não cai

No toque do berimbau ela não cai

Balança, balança mas não cai

Capoeira balança, mas não cai

Balança, balança mas não cai

Ela leva rasteira, mas não cai

Balança, balança mas não cai

Lutou na Guerra do Paraguai

Balança, balança mas não cai

No toque do berimbau ela não cai

Balança, balança mas não cai

Capoeira lutou no Paraguai

Balança, balança mas não cai

Ela finge, escorrega, mas não cai

Balança, balança mas não cai

Capoeira lutou no Paraguai

Balança, balança mas não cai

 

A eh Capoeira

A eh Capoeira

Tu touches mon cœur

Regarde quelle belle chose

Le capoeiriste sorcier

Quand on lui fait un balayage

Il glisse mais ne tombe pas

Le capoeiriste sorcier

Glisse, vacille mais ne tombe pas

Le capoeiriste glisse mais ne tombe pas

Il vacille, il vacille mais ne tombe pas

Le capoeiriste a lutté au Paraguay

Il vacille, il vacille mais ne tombe pas

Il descend, glisse mais ne tombe pas

Il vacille, il vacille mais ne tombe pas

Au son du berimbau, il ne tombe pas

Il vacille, il vacille mais ne tombe pas

Le capoeiriste vacille mais ne tombe pas

Il vacille, il vacille mais ne tombe pas

On lui fait un balayage mais il ne tombe pas

Il vacille, il vacille mais ne tombe pas

Il a lutté durant la guerre du Paraguay

Il vacille, il vacille mais ne tombe pas

Au son du berimbau, il ne tombe pas

Il vacille, il vacille mais ne tombe pas

Le capoeiriste a lutté au Paraguay

Il vacille, il vacille mais ne tombe pas

Il feint, glisse mais ne tombe pas

Il vacille, il vacille mais ne tombe pas

Le capoeiriste a lutté au Paraguay

Il vacille, il vacille mais ne tombe pas

 

Buraco de cobra

Buraco de cobra

 

Buraco de cobra não pode botar a mão

Não pode botar a mão, não pode botar a mão

 

Buraco de cobra não pode botar a mão

 

Pode encontrar um tatu ou então um escorpião

 

Buraco de cobra não pode botar a mão

 

Oi cuidado meu amigo, cuidado meu irmão

 

Buraco de cobra não pode botar a mão

 

Já cansei de dar com o pé, agora vou dar com a mão

 

Buraco de cobra não pode botar a mão

 

Ja cansei de dar conselho agora vou dar a mão

 

Buraco de cobra não pode botar a mão

 

Trou de cobra

 

Un trou de cobra, tu ne peux pas mettre la main

Tu ne peux pas mettre la main, tu ne peux pas mettre la main

 

Un trou de cobra, tu ne peux pas mettre la main

 

Tu peux trouver un tatou au alors un scorpion

 

Un trou de cobra, tu ne peux pas mettre la main

 

Attention mon ami, attention mon frère

 

Un trou de cobra, tu ne peux pas mettre la main

 

Je suis fatigué de donner du pied, maintenant, je vais donner de la main

 

Un trou de cobra, tu ne peux pas mettre la main

 

Je suis fatigué de donner des conseils, maintenant je vais donner la main

 

Un trou de cobra, tu ne peux pas mettre la main

 

Cadei o negro que deixei aqui

Cadê o negro que eu deixei aqui

Cadê o negro que eu deixei aqui

Cadê o negro

Cadê o negro que eu deixei aqui

Cadê o negro que eu deixei aqui

Capataz chegou perguntando

Cadê o negro que eu deixei aqui

Eu deixei ele trabalhando

Acha esse negro, traz ele pra mim

Cadê o negro que eu deixei aqui

Cadê o negro que eu deixei aqui

Cadê o negro

Coro

Já chamei o capitão do mato

Pra achar o rastro desse negro

Vou lhe dar 40 chibatadas

E das mãos arranco um dedo

Cadê o negro que eu deixei aqui

Cadê o negro que eu deixei aqui

Cadê o negro

Coro

Ele quer fugir pro quilombo

Se ver livre de suas correntes

Ele quer encontrar Ganga Zumba

Encontrar Zumbi e Acotirene

Cadê o negro que eu deixei aqui

Cadê o negro que eu deixei aqui

Cadê o negro

Coro

Sinhozinho já soube da fuga

E logo lhe bateu uma revolta

Ele já deixou uma ordem

Ele quer o seu negro de volta

Cadê o negro que eu deixei aqui

Cadê o negro que eu deixei aqui

Cadê o negro

Coro

Où est le noir que j’ai laissé ici

Où est le noir que j’ai laissé ici

Où est le noir

Où est le noir que j’ai laissé ici

Où est le noir que j’ai laissé ici

Le surveillant est arrivé et a demandé

Où est le noir que j’ai laissé ici

Je lui ai confié une tâche

Trouve ce noir et amène-le-moi

Où est le noir que j’ai laissé ici

Où est le noir que j’ai laissé ici

Où est le noir

Coro

J’ai déjà appelé le capitão do mato

Pour trouver la trace de ce noir

Je vais lui donner 40 coups de fouet

Et de ses mains, je vais arracher um doigt

Où est le noir que j’ai laissé ici

Où est le noir que j’ai laissé ici

Où est le noir

Coro

Il veut fuir vers le quilombo

Se voir libéré de ses chaînes

Il veut rencontrer Ganga Zumba

Rencontrer Zumbi et Acotirene

Où est le noir que j’ai laissé ici

Où est le noir que j’ai laissé ici

Où est le noir

Coro

Le seigneur est déjà au courant de as fuite

Il s’est tout de suite révolté

Il a donné un ordre

Il veut qu’on lui ramène son noir

Où est le noir que j’ai laissé ici

Où est le noir que j’ai laissé ici

Où est le noir

Coro

Dendê, ô Dendê

Dendê, ô dendê

Dendê, ô dendê

Dendê, ô dendê

 

Tem dendê na capoeira

Na defesa e no ataque

Tem dendê no berimbau

E tem dendê no atabaque

Dendê, dendê

Coro

Capoeira que não treina

Como quer se graduar

No jogo que tem mandinga

A corda não vai jogar

Dendê, dendê

Coro

Sem dendê não tem tempero

Não tem funji pro senhor

Fubá de milho amarelo

Não é fubá de bombó

Dendê, dendê

Coro

Sinha só vai cozinhar

Se tiver oleo de palma

Pra fazer um bom manjar

Todo mundo bate palma

Dendê, dendê

Coro

Moleque foi lá na praça

Buscar dendê pra sinhá

O dendê ele não achou

Capoeira foi jogar

Dendê, dendê

 

Dendê, oh dendê

Dendê, oh dendê

Dendê, oh dendê

 

Il y a du dendê dans la capoeira

Dans la défense et dans l’attaque

Il y a du dendê dans le berimbau

Et il y a du dendê dans l’atabaque

Dendê, dendê

Choeur

Le capoeiriste qui ne s’entraîne pas

Comme il veut changer de corde

Dans le jeu où il y a de la malice

La corde ne va pas jouer

Dendê, dendê

Choeur

Sans dendê, il n’y a pas de saveur

Il n’y a pas de funji pour le maître

Le fuba de maïs jaune

Ce n’est pas un bon fuba

Dendê, dendê

Choeur

Madame ne va cuisiner

Que s’il y a de l’huile de palme

Pour faire un bon dessert

Tout le monde frappe dans les mains

Dendê, dendê

Choeur

Le garçon est allé sur la place

Chercher du dendê pour madame

Il n’a pas trouvé le dendê

Il est parti jouer la capoeira

Dendê, dendê

 

É defesa, ataque

https://www.bing.com/videos/riverview/relatedvideo?q=e+defesa+ataque&mid=502E965E554196FA35CE502E965E554196FA35CE&FORM=VIRE

É defesa, ataque

 

São Francisco Nunes

Preto velho meu avô

Ensinou para o meu pai

Mas meu pai não me ensinou

Capoeira

 

É defesa, ataque

A ginga de corpo

E a malandragem

 

O Maculelê

A dança do pau

A roda da Capoeira

É no toque do berimbau

Capoeira

 

Coro

 

Eu já tive em Moçambique

Eu já tive em Guiné

Tou voltando de Angola

Com o jogo de malé*

Capoeira

 

Coro

 

Se você quiser aprender

Vai ter que praticar

Mas na roda de Capoeira

É gostoso de jogar

Capoeira

 

Coro

 

C’est la défense, l’attaque

 

São Francisco Nunes

Ce vieux noir, mon grand-père

A enseigné à mon père

Mais mon père ne m’a pas appris

Capoeira

 

C’est la défense, l’attaque

Le balancement du corps

Et la malice

 

Le Maculelê

La danse des bâtons

La roda de Capoeira

C’est au son du berimbau

Capoeira

 

Coro

 

Je suis déjà allé au Mozambique

Je suis déjà allé en Guiné

Je reviens d’Angola

Avec le jeu incroyable

Capoeira

 

Coro

 

Si tu veux apprendre

Tu vas devoir t’exercer

Mais dans la roda de Capoeira

C’est gai de jouer

Capoeira

 

Coro

Gunga é meu

https://www.bing.com/videos/riverview/relatedvideo?&q=gunga+%c3%a9+meu&&mid=0943B46ED9066A3B4F030943B46ED9066A3B4F03&mmscn=mtsc&aps=3&FORM=VRDGAR

Gunga é meu, é meu, é meu

Gunga é meu, foi meu pai que meu deu

Gunga é meu, gunga é meu

Gunga é meu, não posso vender

Gunga é meu, gunga é meu

O gunga é forte, oh esse gunga é meu

Gunga é meu, gunga é meu

Gunga é meu, eu não dou a ninguém

Gunga é meu, gunga é meu

Ce gunga est à moi, il est à moi, il est à moi

Ce gunga est à moi mon père qui me l’a donné

Ce gunga est à moi, ce gunga est à moi

Ce gunga est à moi, je ne peux pas le vendre

Ce gunga est à moi, ce gunga est à moi

Ce gunga est fort, oh ce gunga est à moi

Ce gunga est à moi, ce gunga est à moi

Ce gunga est à moi, je ne le donne à personne

Ce gunga est à moi, ce gunga est à moi

Hitória de Preto Velho

História de Preto velho

 

História de preto velho

Que nasceu em cativeiro

Apanhava no tronco

Trabalhava o dia inteiro

 

A foice, o corte da cana

O balaio do café

Quem viveu no passado

Sabe bem como é que é

 

Coro

 

O negro veio de Angola

Acorrentado o tempo inteiro

Fernando de Noronha

Desembarque ao sofrimento

 

Coro

 

Muitos nasceram e morreram

Em busca da liberdade

Zumbi foi criador

Do quilombo dos Palmares

 

L’histoire du vieux noir

 

L’histoire du vieux noir

Qui est né en captivité

Il était battu au pilori

Il travaillait toute la journée

 

La faucille, la coupe de la canne

Le panier à café

Qui vécut à cette époque

Sait bien comment c’était

 

Choeur

 

Le noir est venu d’Angola

Attaché en permanence

Fernando De Noronha

Débarquement pour la souffrance

 

Choeur

 

Beaucoup sont nés et sont morts

À la recherche de la liberté

Zumbi fut le créateur

Du Quilombo dos Palmares

Mandei caiá meu sobrado

Mandei caiá meu sobrado

 

Mandei caiá meu sobrado

Mandei, mandei, mandei

Mandei caiá de amarelo

Caiei, caiei, caiei

Coro

Amarelo que lembra dourado

Dourado, que é meu berimbau

Dourado, de Cordão de Ouro

Besouro, Besouro, Besouro

Coro

Pra quem nunca ouviu falar

Pra aqueles que dizem: é lenda

Pois saibam que Besouro Preto

Viveu, viveu e morreu

Coro

Pras bandas de Maracangalha

Sem medo a inimigo nenhum

Não valeu seu corpo fechado

Pras facas de aticum!

Coro

Mas mesmo depois de morto

Entre uma e outra cantiga

Besouro vai sempre viver

Enquanto existir a mandinga

 

J’ai fait peindre ma maison

 

J’ai fait peindre ma maison

J’ai fait, j’ai fait, j’ai fait

Je l’ai fait peindre en jaune

J’ai peint, j’ai peint, j’ai peint

Coro

Jaune qui rappelle le doré

Doré, comme mon berimbau

Doré comme Cordão de Ouro

Besouro, Besouro, Besouro

Coro

Pour qui n’a jamais entendu parler

Pour ceux qui disent : c’est une légende

Sachez que Besouro Preto

A vécu, a vécu et est mort

Coro

Pour les bandes de Maracangalha

Qui ne craignaient aucun ennemi

Son corps fermé n’a pas suffit

Pour les sabres de aticum

Coro

Mais même mort

Dans l’une ou l’autre chanson

Besouro va toujours vivre

Aussi longtemps qu’existera la capoeira

Meu berimbau

Meu berimbau faz tim tim don don

Alegra minha alma

A mente e meu coração

Meu berimbau faz tim tim don don

Alegra minha alma

A mente e meu coração

 

 

Mon berimbau fait tim tim don don

Il réjouit mon âme

L’esprit et mon coeur

Mon berimbau fait tim tim don don

Il réjouit mon âme

L’esprit et mon coeur

Navio negreiro

Navio negreiro

 

Navio negreiro

Teve que acabar

Tira o negro da corrente

Porque o negro quer lutar

Foge para o mato

Que o navio já vem ai

Me desata da corrente

Que eu também quero fugir

Navio negreiro

Coro

De lembrar navio negreiro

Da vontade de chorar

Quantos negros na corrente

Morreram sem poder lutar

Navio negreiro

Coro

Se fugisse para o mato

Capitão ia buscar

Com mandinga e capoeira

Não conseguia pegar

Navio negreiro

Coro

Hoje não tem mais corrente

Nem chicote, nem navio

Tem bastante capoeira

Liberdade aqui surgiu

Navio negreiro

Coro

 

Navire négrier

 

Le navire négrier

Il a fallu que cela s’arrête

Détache le noir

Car le noir veut lutter

Enfuis-toi dans la forêt

Car le navire arrive

Enlève-moi ma chaîne

Car moi aussi je veux fuir

Navire négrier

Choeur

De penser au navire négrier

Cela donne envie de pleurer

Combien de noirs attachés

Sont morts sans pouvoir lutter

Navire négrier

Choeur

S’ils s’enfuyaient dans la forêt

Le capitão allait les chercher

Grâce à la malice et à la capoeira

Ils ne parvenait pas à les reprendre

Navire négrier

Choeur

Aujourd’hui, il n’y a plus de chaînes

Ni de fouets, ni de navires

Il y a beaucoup de capoeira

La liberté a surgi ici

Navire négrier

Choeur

O iaia ascende a luz

O iaia ascende a luz

No terreiro de Jesus

 

O iaia ascende a luz

No terreiro de Jesus

Femme, allume la lumière

Sur le terreiro* de Jesus

 

Femme, allume la lumière

Sur le terreiro* de Jesus

O mar vai te balançar

Ê Rainha do mar

Venha me abençoar

O meu barco esta virando

Não quero me afogar

 

O mar vai te balançar, o vento vai te levar

O mar vai te balançar, eh o vento vai levar

O mar vai te balançar, o vento vai te levar

O mar vai te balançar, salve a Rainha do mar

O mar vai te balançar, o vento vai te levar

 

Menino presta atenção

Do que eu vou falar

Ventania esta chegando

(Vo)cê tem que se segurar

 

Coro

 

Segura seu caminho

Tempestades vão chegar

Não desiste de ir pra frente

Que o sol logo vai brilhar

 

Coro

 

O mar vai te balançar, o vento vai te levar

O mar vai te balançar, eh o vento vai levar

O mar vai te balançar, o vento vai te levar

O mar vai te balançar, salve a Rainha do mar

O mar vai te balançar, o vento vai te levar

O mar vai te balançar, e meu barco não vai virar

O mar vai te balançar, o vento vai te levar

 

 

Ê Reine de la mer

Vient me bénir

Ma barque se retourne

Je ne veux pas me noyer

 

La mer va te balancer, le vent va t’emmener

La mer va te balancer, le vent va t’emmener

La mer va te balancer, le vent va t’emmener

La mer va te balancer, vive la Reine de la mer

La mer va te balancer, le vent va t’emmener

 

Enfant, fait attention

À ce que je vais te dire

Le vent arrive

Il faut que tu t’accroches

 

Choeur

 

Maintient ta route

Des tempêtes vont survenir

Ne renonce pas à aller de l’avant

Car le soleil va briller bientôt

 

Chœur

 

La mer va te balancer, le vent va t’emmener

La mer va te balancer, eh le vent va t’emmener

La mer va te balancer, le vent va t’emmener

La mer va te balancer, vive la Reine de la mer

La mer va te balancer, le vent va t’emmener

La mer va te balancer, et m abarque ne va pas se retourner

La mer va te balancer, le vent va t’emmener

 

 

O negro ta vadiando

O negro ta vadiando

Deixa o negro vadiar

O negro ta vadiando

Deixa o negro vadiar

Vadeia vadeia vadeia negro

Deixa vadiar

Vadeia vadeia vadeia negro

Deixa vadiar

Vadia vadia meu Mestre

Deixa vadiar

Le Noir est en train de jouer

Laisse le Noir jouer

Le Noir est en train de jouer

Laisse le Noir jouer

Joue, joue, joue, Noir

Laisse jouer

Joue, joue, joue, Noir

Laisse jouer

Joue, joue, mon Mestre

Laisse jouer

Para moço - Grão Mestre Dunga

Para moço

 

Foi na praça Sete

que a polícia me parou

Foi na praça Sete

que a polícia me parou

Para, para, para,

para, para, para moço

Para, para, para,

para, para, para moço

 

Seu guarda entrou na roda,

eu vou jogar é com o senhor

Seu guarda entrou na roda,

eu vou jogar é com o senhor

 

No meio da praça Sete

a policia me levou

No meio na praça Sete,

a policia me levou

 

No meio da confusão,

a policia me levou

No meio da confusão,

a policia me levou

 

Quem me jogou macumba,

essa macumba não me pegou

Quem me jogou macumba,

essa macumba não me pegou

 

Eu sou pai de Santo,

essa macumba não me pegou

Eu sou pai de Santo,

essa macumba não me pegou

 

Arrête toi

 

C’est sur la Praça Sete

Que la police m’a arrêté

C’est sur la Praça Sete

que la police m’a arrêté

Arrête, arrête, arrête,

arrête, arrête, arrête toi

Para, para, para,

para, para, para moço

 

Le policier est entré dans la roda,

je vais jouer avec le monsieur

Le policier est entre dans la roda

Je vais jouer avec le monsieur

 

Au milieu de la Praça Sete

la police m’a embarqué

Au milieu de la Praça Sete,

la police m’a embarqué

 

Au milieu de la confusion,

la police m’a embarqué

Au milieu de la confusion,

la police m’a embarqué

 

Qui m’a jeté um sort,

ce sort ne m’a pas atteint

Qui m’a jeté um sort,

Ce sort ne m’a pas atteint

 

Je suis Pai de Santo,

ce sort ne m’a pas atteint

Je suis Pai de Santo,

ce sort ne m’a pas atteint

 

Quando eu morrer

Quando eu morrer

 

Quando eu morrer

Me enterre na Lapinha

 

Quando eu morrer

Me enterre na Lapinha

 

Calça, culote, palitó, almofadinha

 

Calça, culote, palitó, almofadinha

 

Adeus Bahia

Zum, zum, zum

Cordão de Ouro

Eu vou partir porque mataram meu Besouro

 

Zum, zum, zum

 

É Besouro

 

Zum, zum, zum

 

Cordão de Ouro

 

Quand je mourrai

 

Quand je mourrai

Enterrez-moi à Lapinha

 

Quand je mourrai

Enterrez-moi à Lapinha

 

Pantalon, culotte, veste, coussin

 

Pantalon, culotte, veste, coussin

 

Adieu Bahia

Zum, zum, zum

Cordão de Ouro

Je vais partir parce qu’ils ont tué mon Besouro

 

Zum, zum, zum

 

É Besouro

 

Zum, zum, zum

 

Cordão de Ouro

 

Quando o berimbau tocou

Quando o berimbau tocou

 

Quando o berimbau tocou

E o mar se revoltou

Pra Maré passar

Quando o berimbau toca benguela de Mestre Bimba pra Maré jogar

 

Quando o berimbau tocou

E o mar se revoltou

Pra Maré passar

Quando o berimbau toca benguela de Mestre Bimba pra Maré jogar

 

Vem, vem jogar

Vem mandingar

Vem Angola

Toca benguela de Bimba pra Maré passar

 

Quando o berimbau tocou

E o mar se revoltou

Pra Maré passar

Quando o berimbau toca benguela de Mestre Bimba pra Maré jogar

 

Quando o berimbau tocou

 

Quand le berimbau a joué

Et la mer s’est révoltée

Pour que Maré passe

Quand le berimbau joue benguela de Mestre Bimba pour que Maré joue

 

Quand le berimbau a joué

Et la mer s’est révoltée

Pour que Maré passe

Quand le berimbau joue benguela de Mestre Bimba pour que Maré joue

 

Viens, viens jouer

Viens te divertir

Viens Angola

Joue la benguela de Bimba pour que Maré passe

 

Quand le berimbau a joué

Et la mer s’est révoltée

Pour que Maré passe

Quand le berimbau joue benguela de Mestre Bimba pour que Maré joue

 

Rainha do mar

Rainha do mar

 

Ô quando a maré baixar

Vai lhe visitar

Vai lhe fazer devoção

Vai lhe presentear

No mar

Mora Iemanjá

No mar

Mora Iemanjá

No mar

Mora Iemanjá

No mar

Mora Iemanjá

Varios negros foram pro Brasil

Bantus, Nagos e Iorubás

Dentro dos navios negreiros

Deixaram suas lagrimas correr no mar

No mar

Mora Iemanjá

No mar

Mora Iemanjá

No mar

Mora Iemanjá

No mar

Mora Iemanjá

Sua lágrima que correu no mar

Tocou no peito de Iemanjá

Ela podia mudar a maré

Fazer meu navio voltar pra Guiné

No mar

Mora Iemanjá

No mar

Mora Iemanjá

No mar

Mora Iemanjá

No mar

Mora Iemanjá

 

 

 

Reine de la mer

 

Quand la marée descend

Va lui rendre visite

Va lui rendre hommage

Va lui faire une offrande

Dans la mer

Habite Iemanjá

Dans la mer

Habite Iemanjá

Dans la mer

Habite Iemanjá

Dans la mer

Habite Iemanjá

Beaucoup de Noirs sont allés au Brésil

Bantous, Nagos et Yorubas

Dans les navires négriers

Ils laissaient leurs larmes couler dans la mer

Dans la mer

Habite Iemanjá

Dans la mer

Habite Iemanjá

Dans la mer

Habite Iemanjá

Dans la mer

Habite Iemanjá

Leur larme qui a coulé dans la mer

A touché le coeur de Iemanjá

Elle a pu changer la marée

Faire retourner mon navire en Guinée

Dans la mer

Habite Iemanjá

Dans la mer

Habite Iemanjá

Dans la mer

Habite Iemanjá

Dans la mer

Habite Iemanjá

Roda da Paz

Roda da Paz

Sonhei que eu tava no cais da Bahia

Sonhei que ouvi o Berimbau tocar

Sonhei que eu tava no cais da Bahia

Sonhei, sonhei não queria acordar

Mas eu sonhei

Coro

Um berimbau no toque de Bangüela

E foi assim que o jogo começou

A lua cheia clareava a roda

E là do ceu São Bento abençou nos

Mas eu sonhei

Coro

Mas Cobrinha Verde cantou um corrido

Siri de Mangue foi quem respondeu

Nascimento Grande veio de longe

Para ver Samuel Querido de Deus

Até Maria Doze Homens veio

Ezequiel chegou com Waldemar

Traira, Aberré, Canjiquinha

Do lado de Besouro Manganga

Mas eu sonhei

Coro

No berimbau tinha Paulo dos Anjos

Seu Caiçara e Totonho de Maré

Pastinha fiz chamada a Mestre Bimba

Meu Deus do ceu nunca vi tanto axé

Coro

E a Roda começou foi de tardinha

E foi durar até o amanhecer

Nesse dia vi Mestres do passado

Ensinando a mandinga do saber

Até Zumbi veio là de Palmares

E o que ele disse eu não esqueço mais

O mesmo Berimbau que faz a guerra

Precisa aprender a fazer a paz

Mas eu sonhei

Coro

 

Roda de la paix

J’ai rêvé que j’étais sur les quais de Bahia

J’ai rêvé que j’entendais jouer un berimbau

J’ai rêvé que j’étais sur les quais de Bahia

J’ai rêvé, j’ai rêvé, je ne voulais pas me réveiller

Mais j’ai rêvé

Choeur

Un berimbau au rythme de Bangüela

Et c’est ainsi que le jeu a commencé

La pleine lune illuminait la roda

Et dans le ciel, Saint-Benoît nous a bénis

Mais j’ai rêvé

Choeur

Mais Cobrinha Verde a chanté un corrido

Siri de Mangue lui a répondu

Nascimento Grande est venu de loin

Pour voir Samuel Querido de Deus

Même Maria Doze Homens est venue

Ezequiel est arrivé avec Waldemar

Traira, Aberré, Canjiquinha

Aux côtés de Besouro Manganga

Mais j’ai rêvé

Choeur

Au berimbau, il y avait Paulo dos Anjos

Seu Caiçara et Totonho de Maré

Pastinha a fait une chamada à Mestre Bimba

Mon Dieu, je n’ai jamais vu tant d’énergie

Choeur

La roda a commencé en début d’après-midi

Et a duré jusqu’à l’aube

Ce jour là j’ai vu des maîtres du passé

Enseigner la malice du savoir

Même Zumbi est venu de Palmares

Et ce qu’il dit, je ne l’oublierai jamais

Le même Berimbau qui fait la guerre

Doit apprendre à faire la paix

Mais j’ai rêvé

Choeur

Sabiá cantou

Sabiá cantou

Sabiá cantou no pé da laranjeira

Sabiá cantou no pé da laranjeira

Vou tocar meu berimbau

E vou jogar capoeira

Vou tocar meu berimbau

E vou jogar capoeira

Sabiá cantou no pé da laranjeira

Sabiá cantou no pé da laranjeira

Vou tocar meu berimbau

E vou jogar capoeira

Vou tocar meu berimbau

E vou jogar capoeira

Ele cantou ao som de uma viola

Ele cantou ao som de uma viola

Vou fazer jogo de dentro

Vou fazer jogo de fora

Vou fazer jogo de dentro

Vou fazer jogo de fora

Coro

Ele cantou ao som do berimbau

Ele cantou ao som do berimbau

Vou fazer jogo de Angola

E também regional

Vou fazer jogo de Angola

E também regional

Coro

Sabiá cantou, bonito de se ver

Sabiá cantou e é bonito de se ver

Vou jogar a capoeira e bater maculelê

Vou jogar a capoeira e bater maculelê

Coro

Que povo é esse que sabe se defender

Que povo é esse que sabe se defender

E criou a capoeira e bate maculelê

E criou a capoeira e bate maculelê

 

La grive a chanté

La grive a chanté dans l’oranger

La grive a chanté dans l’oranger

Je vais jouer mon berimbau

Et je vais jouer la capoeira

Je vais jouer mon berimbau

Et je vais jouer la capoeira

La grive a chanté dans l’oranger

La grive a chanté dans l’oranger

Je vais jouer mon berimbau

Et je vais jouer la capoeira

Je vais jouer mon berimbau

Et je vais jouer la capoeira

Elle a chanté au son d’une viola

Elle a chanté au son d’une viola

Je vais faire un « jogo de dentro »

Je vais faire un « jogo de fora »

Je vais faire un « jogo de dentro »

Je vais faire un « jogo de fora »

Coro

Elle a changé au son du berimbau

Elle a changé au son du berimbau

Je vais faire un jeu d’Angola

E aussi de régional

Je vais faire un jeu d’Angola

E aussi de régional

Coro

La grive a changé, c’était beau à voir

La grive a changé, c’était beau à voir

Je vais jouer la capoeira et le maculelê

Je vais jouer la capoeira et le maculelê

Coro

Quel est ce peuple, qui sait se défendre

Quel est ce peuple, qui sait se défendre

Et a créé la capoeira et danse le maculelê

Et a créé la capoeira et danse le maculelê

 

Se eu falar de amor

Se eu falar de amor

Se eu falar de amor

Tou pensando em capoeira

Se eu falar de paixão

E porque ela roubou meu coração

Se eu falar de paz

Eu me lembro do bem que ela me faz

Capoeira vem, capoeira vai

 

Essa arte me encanta

Tem axé e tem dendê

Quem ainda não conheçe

Vem correndo conhecer

É a luz que me ilumina

E que guia meu caminho

Faz parte da minha vida

Ja nasceu, tava escrito em meu destino

 

Mas eu não sei se estou sonhando

Nem sei se os meus pés estão no chão

Minha alma fica leve

Não existe explicação

Tem gente que acha que é dança

Prá outros é vadiação

Mas pra mim é um tesouro

Luta de libertação

 

Se a solidão me persegue

Prá tentar roubar o meu axé

Ela que me fortalece

Mantém firme a minha fé

Me transforma num guerreiro

Me transforma num leão

Já tem seu nome gravado

Dentro do meu coração

Si je parle d’amour

Si je parle d’amour

Je pense à la capoeira

Si je parle de passion

C’est parce qu’elle a volé mon cœur

Si je parle de paix

Je me souviens du bien qu’elle me fait

La capoeira vient, la capoeira va

 

Cet art m’enchante

Elle est pleine d’énergie positive

Que celui qui ne connaît pas encore

Vienne en courant pour connaître

C’est la lumière qui m’illumine

Et qui guide mon chemin

Elle fait partie de ma vie

Quand je suis né, elle était inscrite dans mon destin

 

Mais je ne sais pas si je suis en train de rêver

Ni si mes pieds touchent le sol

Mon âme est légère

Il n’y a pas d’explication

Certains pensent que c’est une danse

Pour d’autres c’est un jeu

Mais pour moi c’est un trésor

Une lutte pour la liberté

 

Si la solitude me poursuit

Pour essayer de voler mon énergie

Elle me rend plus fort

Elle maintient ma foi ferme

Elle me transforme en guerrier

Elle me transforme en lion

Son nom est déjà gravé

Dans mon cœur

Sempre lembrado

https://www.bing.com/videos/riverview/relatedvideo?q=boimba+foi+bimba+%c3%a9&mid=2C5FDAB1CC5AE4C4A2582C5FDAB1CC5AE4C4A258&FORM=VIRE

Bimba foi, Bimba é considerado

Bimba foi, Bimba será sempre lembrado

 

Bimba foi, Bimba é considerado

Bimba foi, Bimba será sempre lembrado

 

Eu pego meu berimbau

Vou tocar Santa Maria

O gunga na marcação

O viola arrepia

Cai a chuva, vai o vento

Passa água na peneira

Eu falo de mestre Bimba

É bamba na capoeira

Coro

Jogador de Capoeira

Manoel dos Reis Machado

Jogava em cima e em baixo

Nunca deu seu golpe errado

Com o samba no pé

Na mente a capoeira

O molejo no corpo

No jogo da Capoeira

Coro

Quando eu chego numa roda

Eu começo a cantar

Me lembro de mestre Bimba

E Besouro Mangangá

Vou jogar a capoeira

De Angola e Regional

Como fazia mestre Bimba

Criador da Regional

Coro

 

Bimba a été, Bimba est considéré

On s’est toujours souvenu, on se souviendra toujours de Bimba

 

Bimba a été, Bimba est considéré

On s’est toujours souvenu, on se souviendra toujours de Bimba

 

Je prends mon berimbau

Je joue Santa Maria

Le gunga donne le rythme

La viola frissonne

La pluie tombe, le vent souffle

L’eau passe dans le tamis

Je parle de Maître Bimba

Un as de la capoeira

Choeur

Joueur de Capoeira

Manoel dos Reis Machado

Il jouait en haut et en bas

Jamais il ne ratait son coup

Avec le samba dans les pieds

La capoeira dans l’esprit

La souplesse dans le corps

Dans le jeu de la capoeira

Choeur

Quand j’arrive dans une roda

Je commence à chanter

Je me souviens de Mestre Bimba

Et de Besouro Mangangá

Je vais jouer la capoeira

D’Angola et Régionale

Comme le faisait Mestre Bimba

Créateur de la Régionale

Choeur

 

Toque de São Bento de Angola

Nesse mundo camará

Mas não há mas não há

Mas não há quem me mande

Eu só sei obedecer

Se mandar

Se mandar São Bento grande

 

É de Angola é de Angola é de Angola

De Angola de Angola de Angola

 

Meu avô já foi escravo

Mas viveu com valentia

Descumpria a ordem dada

Agitava a escravaria

Vergalhão, corrente, tronco

Era quase todo dia

Quanto mais ele apanhava

Menos ele obedecia

 

Quando eu era ainda menino

O meu pai me disse um dia

A balança da justiça

Nunca pesa o que devia

Não me curvo a lei dos homens

A razão é quem me guia

Nem que seu avô mandasse

Eu não obedeceria

 

Esse mundo não tem dono

E quem me ensinou sabia

Se tivesse dono o mundo

Nele o dono moraria

Como é mundo sem dono

Não aceito hierarquia

Eu não mando nesse mundo

Nem no meu vai ter chefia

Dans ce monde camarade

Mais il n’y a personne mais personne

Mais il n’y a personne pour me commander

Je sais juste obéir

Si c’est

Si c’est São Bento Grande qui commande

 

C’est d’Angola d’Angola d’Angola

D’Angola d’Angola d’Angola

 

Mon grand-père fut esclave

Mais il vécut avec courage

Il désobéissait aux ordres donnés

Il agitait les esclaves

Les coups de bâtons, les chaînes, le pilori

C’était presque tous les jours

Plus il recevait des coups

Moins il obéissait

 

Alors que j’étais encore un jeune garçon

Mon père me dit un jour

La balance de la justice

Ne pèse jamais ce qu’elle devrait

Je ne me soumets pas à la loi des hommes

C’est la raison qui me guide

Même si ton grand-père me commandait

Je n’obéirais pas

 

Ce monde n’a pas de propriétaire

Celui qui me l’a appris le savait

Si le monde avait un propriétaire

Le propriétaire y habiterait

Comme c’est un monde sans propriétaire

Je n’accepte pas la hiérarchie

Je ne commande pas dans ce monde

Et dans le mien non plus, il n’y aura pas de chef

Vou dizer ao meu senhor

Vou dizer ao meu senhor

Que a manteiga derramou

Vou dizer ao meu Senhor

Que a manteiga derramou

A manteiga não é minha

A manteiga é de Ioiô

Vou dizer ao meu Senhor

Que a manteiga derramou

A manteiga é do patrão

Caiu no chão e derramou

Vou dizer ao meu Senhor

Que a manteiga derramou

A manteiga derramou

E para a filha do ioiô

Vou dizer ao meu Senhor

Que a manteiga derramou

 

Je vais dire à mon maître

que le beurre s’est renversé

Je vais dire à mon maître

que le beurre s’est renversé

Le beurre n’est pas le mien

C’est le beurre du monsieur

Je vais dire à mon maître

que le beurre s’est renversé

Le beurre est du patron

Il est tombé par terre et s’est renversé

Je vais dire à mon maître

que le beurre s’est renversé

Le beurre s’est renversé

C’est pour la fille de monsieur